Como é feita a Ultrassonografia Endobrônquica (Ebus)?

Ricardo Terra • 8 de janeiro de 2024

A Ultrassonografia Endobrônquica, também conhecida como Ebus, é uma técnica altamente avançada no diagnóstico de diversas condições pulmonares, incluindo o câncer de pulmão. Neste artigo você poderá entender o que é o exame Ebus, como ele é realizado, suas indicações, vantagens, limitações e riscos associados. Continue acompanhando o conteúdo.


O que é a Ultrassonografia Endobrônquica (Ebus)?


A Ultrassonografia Endobrônquica, também conhecida como Ebus, é uma técnica de imagem médica avançada que combina broncoscopia com ultrassonografia. Esse exame permite uma visualização detalhada das vias respiratórias, dos linfonodos mediastinais e das estruturas próximas ao pulmão.


O Ebus é frequentemente utilizado para obter amostras de tecido (biópsias) de áreas que antes só eram acessíveis através de cirurgias mais invasivas, tornando-se uma ferramenta essencial no diagnóstico e determinação do estágio de diversas condições pulmonares, incluindo o câncer de pulmão.


Diferença entre Ebus e outros exames broncoscópicos


Enquanto a broncoscopia convencional permite a visualização direta das vias aéreas internas e das superfícies pulmonares, o Ebus vai um passo além oferecendo uma visão ultrassonográfica das estruturas ao redor dos brônquios. Isso significa que, com o Ebus, é possível visualizar e avaliar regiões que estão fora do alcance direto da broncoscopia tradicional, como os linfonodos mediastinais e as paredes dos brônquios. Além disso, o Ebus permite a realização de biópsias guiadas por ultrassom dessas áreas, o que aumenta a precisão do diagnóstico e reduz o risco de complicações associadas a procedimentos mais invasivos.


Indicações para a realização do Ebus


As indicações para a realização do Ebus são variadas e abrangem diversas situações clínicas:


  1. Diagnóstico de câncer de pulmão: O Ebus é frequentemente utilizado para coletar amostras de tecido de nódulos pulmonares suspeitos ou linfonodos mediastinais aumentados, auxiliando na confirmação do diagnóstico.
  2. Determinação do estágio do câncer de pulmão: Além do diagnóstico, o Ebus ajuda a determinar o estágio do câncer, identificando se houve disseminação para os linfonodos mediastinais.
  3. Avaliação de nódulos pulmonares de origem desconhecida: Quando um nódulo é identificado no pulmão e sua origem é incerta, o Ebus pode ser usado para obter uma biópsia e fazer essa identificação.
  4. Exame de linfonodos mediastinais aumentados: Em casos onde os linfonodos mediastinais estão aumentados devido a infecções, inflamações ou outras condições, o Ebus pode ser indicado para determinar a causa.
  5. Diagnóstico de tuberculose: O Ebus pode ser usado para coletar amostras de tecido em casos suspeitos de tuberculose, especialmente quando envolve os linfonodos mediastinais.
  6. Substituição à mediastinoscopia: O Ebus pode ser considerado uma opção menos invasiva de avaliação do mediastino em circunstâncias em que a mediastinoscopia seria a escolha tradicional.
  7. Avaliação de complicações pulmonares: Em casos de complicações pulmonares após cirurgias ou transplantes, o Ebus pode ser útil para identificar a causa e orientar o tratamento.





Como é o procedimento?


O Ebus é um procedimento minimamente invasivo avançado que combina broncoscopia com a ultrassonografia. O procedimento é realizado no hospital ou clínica especializada e geralmente sob sedação. Entenda as etapas desse procedimento:


Preparação para o exame


A preparação para o exame do Ebus é essencial e o paciente precisa seguir certas orientações para garantir que seja um exame seguro e eficiente.

Para começar, geralmente é solicitado para o paciente ficar de jejum por 6 a 8 horas antes do procedimento para evitar complicações relacionadas à sedação.


O médico também pode oferecer orientações sobre a interrupção ou ajuste de medicamentos específicos, como anticoagulantes ou antiplaquetários. É fundamental que o paciente informe ao médico sobre todos os medicamentos que está tomando, além das alergias que têm para evitar quaisquer contratempos.


É aconselhável chegar ao hospital ou clínica com antecedência para realizar os preparativos necessários e esclarecer quaisquer dúvidas de última hora. O paciente será esclarecido sobre os riscos e vantagens do Ebus e precisará assinar um termo de consentimento.


Durante o exame


Durante o exame da ultrassonografia endobrônquica, para garantir o conforto do paciente, uma sedação é administrada, e em alguns casos, pode-se optar pela anestesia geral. O procedimento envolve a inserção de um broncoscópio flexível (um tubo fino e flexível com uma câmera na ponta), equipado com uma sonda ultrassônica, pela boca ou nariz, passando pela traqueia até chegar aos brônquios. Esse equipamento permite a visualização detalhada das estruturas ao redor dos brônquios e, quando necessário, uma agulha fina é usada para coletar amostras de tecido ou líquido (biópsia). O tempo médio do procedimento varia entre 30 minutos a 1 hora, dependendo da complexidade do caso.


Após o exame


Após a realização do exame de Ebus, o paciente passa por uma fase de recuperação. Ele é brevemente monitorado para garantir que não ocorram complicações devido à sedação ou ao procedimento. Quando os efeitos da sedação desaparecem, o paciente poderá beber líquidos e comer. 


O paciente deve ser acompanhado de um adulto para voltar para casa, devido aos efeitos da sedação. É aconselhável evitar atividades intensas nas próximas 24 horas.


Embora raro, o paciente pode sentir dor de garganta, rouquidão ou tosse após o procedimento. Mas se houver sintomas como febre, falta de ar, dor no peito ou sangramento, será preciso procurar atendimento médico imediatamente.


A avaliação dos resultados, especialmente se uma biópsia foi realizada, pode levar alguns dias para ficarem prontos, e o médico agendará uma consulta de acompanhamento para discutir os resultados e as próximas etapas, se necessário.


Vantagens e Limitações do Ebus


O EBUS revolucionou a abordagem de diagnóstico e tratamento de diversas condições relacionadas aos pulmões e mediastino. Como em qualquer procedimento médico, o Ebus apresenta vantagens, mas também possui algumas limitações. Vamos explorar esses aspectos.


Vantagens do Ebus:


  • Procedimento minimamente invasivo: Ao contrário de cirurgias tradicionais, como a mediastinoscopia, o Ebus é um procedimento menos invasivo, o que reduz o risco de complicações e o tempo de recuperação.


  • Precisão diagnóstica: O Ebus permite a visualização em tempo real das estruturas pulmonares e mediastinais, oferecendo uma precisão diagnóstica superior em comparação a outros métodos.


  • Biópsia guiada: A capacidade de realizar biópsias guiadas por ultrassom aumenta a precisão na coleta de amostras, evitando repetições desnecessárias.


  • Redução de riscos: Ao evitar cirurgias mais invasivas, o Ebus reduz riscos associados a complicações cirúrgicas e anestésicas.


  • Rápida recuperação: Como é um procedimento minimamente invasivo, os pacientes geralmente têm uma recuperação mais rápida e podem retomar suas atividades normais em um curto espaço de tempo.


  • Eficiência de custo: Em muitos casos, o Ebus pode ser mais econômico do que procedimentos cirúrgicos tradicionais, especialmente quando se considera que o tempo de hospitalização é menor.


Limitações do Ebus:


  • Acesso limitado a algumas áreas: Embora o Ebus permita a visualização de muitas estruturas pulmonares e mediastinais, algumas áreas podem ser mais difíceis de acessar ou visualizar.

  • Necessidade de equipamento especializado: O Ebus requer equipamentos específicos e centros médicos especializados, o que pode não estar disponível em todos os hospitais ou regiões.

  • Especialização: A realização e interpretação do Ebus requer treinamento especializado. Portanto, a experiência e habilidade do médico é determinante para maximizar os benefícios do procedimento.

  • Riscos associados: Como qualquer procedimento médico, existe o risco de complicações. Neste caso, sangramento, infecção, reações à sedação, lesão nas vias aéreas, complicações pulmonares ou reações alérgicas. No entanto, essas complicações são raras.

  • Não substitui totalmente outros procedimentos: Em alguns casos, pode ser necessário complementar o Ebus com outros exames ou procedimentos para obter um diagnóstico completo.


O Ebus é uma ferramenta valiosa no diagnóstico e tratamento de condições pulmonares e mediastinais. Suas vantagens superam amplamente suas limitações, mas é essencial que os pacientes sejam avaliados e tratados por profissionais capacitados e em centros especializados para maximizar os benefícios e minimizar os riscos associados ao procedimento.


Conclusão


A ultrassonografia endobrônquica (Ebus) é uma técnica avançada e minimamente invasiva, sendo uma ferramenta valiosa no diagnóstico e estadiamento de diversas condições pulmonares. Sua capacidade em unir a broncoscopia com ultrassonografia oferece uma visão detalhada das estruturas pulmonares, tornando-o fundamental na prática clínica moderna. Ao considerar o Ebus, é imprescindível consultar um especialista para discutir os benefícios e riscos associados ao procedimento.


Ao notar em seu corpo qualquer anormalidade, é essencial buscar avaliação médica. Por isso, conte sempre com o acompanhamento de um especialista na manutenção e no monitoramento da sua saúde!


Se você ou alguém que você conhece quer saber mais da ultrassonografia endobrônquica, conheça o Dr. Ricardo Terra, cirurgião torácico que enfatiza a importância do atendimento humanizado e do diagnóstico precoce para garantir o melhor tratamento possível.


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