Segmentectomia pulmonar: Entenda as indicações e como é feita a cirurgia

A segmentectomia pulmonar é um procedimento cirúrgico utilizado para remover uma parte específica do pulmão, preservando a maior quantidade possível de tecido pulmonar saudável. Essa abordagem é indicada em casos selecionados.

Neste artigo, vamos explorar as principais indicações para segmentectomia pulmonar, como a cirurgia é realizada e os cuidados no pós-operatório. Continue a leitura para entender melhor esse procedimento.

Indicações da segmentectomia pulmonar

A segmentectomia pulmonar é recomendada para casos específicos, em que a remoção de apenas uma parte do pulmão é suficiente para tratar a condição do paciente sem comprometer significativamente sua capacidade respiratória. As principais indicações incluem:

Câncer de pulmão em estágio inicial

Tumores pequenos, com menos de 2 cm e sem envolvimento dos linfonodos, podem ser tratados com segmentectomia, especialmente quando é necessário preservar o máximo possível da função pulmonar.

Nódulos pulmonares de origem incerta

Quando há suspeita de malignidade, mas o diagnóstico ainda não é definitivo, a segmentectomia pode ser utilizada tanto para remover a lesão quanto para obter material para análise detalhada.

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Metástases pulmonares únicas

Em pacientes com foco metastático isolado no pulmão, a segmentectomia pode ser uma alternativa viável à lobectomia, reduzindo o impacto na respiração.

Infecções pulmonares persistentes

Pacientes que apresentam infecções recorrentes e localizadas em um segmento pulmonar específico podem se beneficiar da remoção da área afetada, melhorando a qualidade de vida e prevenindo complicações futuras.

Malformações congênitas

Algumas anomalias estruturais do pulmão podem ser corrigidas com a segmentectomia, evitando problemas respiratórios e infecções ao longo do tempo.

A decisão de realizar a cirurgia deve ser cuidadosamente avaliada por um cirurgião torácico, considerando fatores como a localização da lesão, a reserva pulmonar do paciente e os possíveis riscos envolvidos no procedimento.

Como é feita a segmentectomia pulmonar?

A segmentectomia pulmonar pode ser realizada por diferentes técnicas, dependendo da condição clínica do paciente e da abordagem cirúrgica mais adequada para cada caso. O procedimento envolve uma avaliação antes da cirurgia, escolha da técnica operatória e cuidados pós-operatórios para garantir uma recuperação segura.

Avaliação pré-operatória

Antes da cirurgia, o paciente passa por exames essenciais para mapear a área pulmonar afetada e avaliar sua capacidade respiratória. Os principais exames incluem:

• Tomografia computadorizada (TC) de alta resolução: Permite identificar o segmento pulmonar comprometido e detalhar sua localização anatômica.
• Teste de função pulmonar: Avalia a capacidade respiratória do paciente, determinando se ele pode tolerar a remoção de parte do pulmão sem prejuízos significativos.
• PET-CT (Tomografia por Emissão de Pósitrons): Utilizado em casos suspeitos de câncer para verificar a presença de células malignas e definir a extensão do problema.

Técnicas cirúrgicas

A segmentectomia pulmonar pode ser realizada por diferentes abordagens cirúrgicas, sendo a escolha baseada na complexidade do caso e nas condições do paciente. As principais técnicas incluem:

• Cirurgia aberta (toracotomia)

Método tradicional que envolve uma incisão maior no tórax para acessar diretamente o pulmão e remover o segmento afetado.

• Videotoracoscopia (VATS – Cirurgia torácica vídeo-assistida)

Técnica minimamente invasiva que utiliza pequenas incisões e uma câmera para guiar a cirurgia, resultando em menos dor e uma recuperação mais rápida.

• Cirurgia robótica torácica

Uma versão avançada da videotoracoscopia, que proporciona maior precisão na remoção do tecido pulmonar, reduzindo o impacto cirúrgico e favorecendo a reabilitação pós-operatória.

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Remoção do segmento e fechamento

Após a retirada do segmento pulmonar, os vasos sanguíneos e os brônquios da região operada são cuidadosamente suturados para evitar complicações. Para auxiliar na recuperação e evitar o acúmulo de líquidos e ar na cavidade torácica, um dreno torácico é posicionado e mantido nos primeiros dias após a cirurgia.

Pós-operatório e recuperação

O tempo de recuperação depende da técnica utilizada e das condições gerais do paciente. Em média, a internação hospitalar varia entre 2 a 5 dias, de acordo com a necessidade do uso do dreno torácico e da estabilidade respiratória do paciente.

No período pós-operatório, alguns cuidados são fundamentais para uma recuperação segura e eficaz:

• Evitar esforços físicos intensos nas primeiras semanas após a cirurgia.
• Realizar fisioterapia respiratória para melhorar a expansão pulmonar e reduzir o risco de complicações.
• Acompanhar regularmente com exames de imagem, garantindo que o pulmão esteja se recuperando adequadamente e descartando possíveis recorrências.
• Parar de fumar (se aplicável), pois o tabagismo compromete a cicatrização e aumenta o risco de complicações pulmonares no futuro.

O retorno às atividades cotidianas ocorre gradualmente, e a maioria dos pacientes pode retomar sua rotina normal dentro de 4 a 6 semanas após a cirurgia.

Perguntas relacionadas

Quando a segmentectomia pulmonar é indicada?

Esse procedimento é recomendado para pacientes com câncer de pulmão em estágio inicial, nódulos pulmonares suspeitos, metástases isoladas, infecções pulmonares recorrentes e malformações congênitas. A escolha depende da localização e da condição clínica do paciente.

Quanto tempo dura uma segmentectomia?

A segmentectomia pulmonar geralmente dura entre 1,5 a 3 horas, dependendo da complexidade do caso e da técnica utilizada, como cirurgia aberta, videotoracoscopia ou robótica.

A segmentectomia pulmonar é menos invasiva do que a lobectomia?

Sim, a segmentectomia preserva mais tecido pulmonar em comparação à lobectomia, reduzindo o impacto na função respiratória. Ela pode ser realizada por cirurgia minimamente invasiva, como videotoracoscopia ou cirurgia robótica.

Qual a diferença entre segmentectomia e lobectomia?

A lobectomia remove um lobo inteiro do pulmão, enquanto a segmentectomia extrai apenas um segmento específico, preservando o restante do órgão. A escolha entre os procedimentos depende do estágio e da localização da doença.

Como é feita a recuperação após a segmentectomia pulmonar?

A recuperação inclui repouso, fisioterapia respiratória e acompanhamento médico. A maioria dos pacientes recebe alta entre 2 e 5 dias após a cirurgia e pode retomar suas atividades normais em 4 a 6 semanas.

A segmentectomia pulmonar pode ser feita por cirurgia robótica?

Sim. A cirurgia robótica é uma técnica avançada que oferece maior precisão, menor dor pós-operatória e recuperação mais rápida em comparação aos métodos convencionais.

Existe risco de complicações na segmentectomia pulmonar?

Como qualquer cirurgia, há riscos, incluindo sangramento, infecção e complicações respiratórias. No entanto, quando realizada por uma equipe experiente, a segmentectomia tem alta taxa de sucesso e recuperação segura.

Após a segmentectomia, a função pulmonar do paciente é afetada?

Na maioria dos casos, a função pulmonar é bem preservada, especialmente em pacientes sem doenças pulmonares pré-existentes. A fisioterapia respiratória auxilia na reabilitação e na adaptação do pulmão remanescente.

A segmentectomia pulmonar pode ser indicada para câncer de pulmão?

Sim. Para tumores pequenos (até 2 cm) e sem comprometimento dos linfonodos, a segmentectomia pode ser uma opção segura, oferecendo bons resultados com menor impacto na função respiratória.

A segmentectomia pulmonar pode ser realizada em qualquer segmento do pulmão?

Sim, mas a escolha do segmento a ser removido depende da localização da doença e da anatomia do pulmão do paciente. Alguns segmentos são mais acessíveis à cirurgia minimamente invasiva, enquanto outros exigem técnicas mais complexas.

A segmentectomia pulmonar pode ser indicada para pacientes com doenças pulmonares crônicas, como DPOC?

Sim, em alguns casos. Para pacientes com DPOC ou enfisema, a segmentectomia pode ser uma alternativa à lobectomia, preservando mais tecido pulmonar e minimizando o impacto na função respiratória.

A capacidade respiratória do paciente é testada antes da segmentectomia pulmonar?

Sim, os pacientes realizam testes de função pulmonar antes da cirurgia para avaliar se têm reserva pulmonar suficiente para suportar a remoção do segmento afetado sem comprometer a respiração.

A segmentectomia pulmonar pode ser curativa para câncer de pulmão?

Sim, quando o tumor é pequeno e detectado precocemente, a segmentectomia pode ser uma alternativa curativa, especialmente para pacientes com boa reserva pulmonar e sem metástases nos linfonodos.

Pacientes idosos podem fazer segmentectomia pulmonar?

Sim, desde que tenham boa função pulmonar e cardiovascular. A cirurgia minimamente invasiva reduz o impacto cirúrgico e pode ser uma opção segura para idosos.

A segmentectomia pulmonar reduz o risco de recorrência do câncer de pulmão?

Se indicada corretamente para tumores iniciais, a segmentectomia pode oferecer boas taxas de controle da doença. No entanto, o risco de recorrência depende do tipo e estágio do câncer, exigindo acompanhamento contínuo.

Cirurgião torácico em São Paulo | Prof. Dr. Ricardo Terra

A segmentectomia pulmonar é uma técnica cirúrgica importante para o tratamento de tumores iniciais, nódulos pulmonares e algumas doenças pulmonares específicas. Quando indicada corretamente, permite um tratamento eficaz com menor impacto na função respiratória.

Se você ou alguém próximo recebeu essa recomendação médica, é essencial buscar a orientação de um cirurgião torácico especializado para avaliar a melhor abordagem.

O Dr. Ricardo Terra, renomado especialista em cirurgia torácica e membro ativo de importantes sociedades de Cirurgia Torácica e Câncer de Pulmão, oferece uma experiência valiosa e conhecimento aprofundado no manejo de condições pulmonares. Com uma formação robusta, incluindo mestrado na Universidade Harvard e doutorado na FMUSP, além de ser Chefe da Equipe de Cirurgia Torácica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP).

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