Opções de tratamento para miastenia gravis

Ricardo Terra • May 13, 2025

A miastenia gravis é uma doença neuromuscular autoimune que compromete a comunicação entre os nervos e os músculos, resultando em fraqueza muscular progressiva. Os sintomas podem afetar a qualidade de vida do paciente, tornando essencial um tratamento adequado para controlar a condição e evitar crises de fraqueza intensa.


Atualmente, existem diversas abordagens para o tratamento de miastenia gravis, que variam de acordo com a gravidade dos sintomas e as características individuais de cada paciente. Neste artigo, exploramos as
principais opções terapêuticas, desde o uso de medicamentos até tratamentos cirúrgicos e imunoterapias. Continue a leitura para entender como a miastenia gravis pode ser gerenciada eficazmente.


Como é feito o tratamento da miastenia gravis?


O tratamento da miastenia gravis tem como principal objetivo
controlar a fraqueza muscular e proporcionar melhor qualidade de vida ao paciente. Por ser uma doença autoimune, as estratégias terapêuticas visam melhorar a comunicação entre os nervos e os músculos ou modular a resposta do sistema imunológico.


As abordagens disponíveis incluem:


  • Medicamentos que aumentam a força muscular ou regulam a resposta imunológica.
  • Terapias imunológicas para reduzir a atividade excessiva do sistema imunológico.
  • Cirurgia (timectomia), indicada em casos específicos.
  • Plasmaférese e imunoglobulina intravenosa, utilizadas em situações graves ou crises miastênicas.


A escolha do tratamento varia conforme a intensidade dos sintomas, a resposta individual de cada paciente e a presença de outras condições médicas associadas. O
acompanhamento contínuo é essencial para ajustes na abordagem terapêutica e controle eficaz da doença.


Medicamentos para miastenia gravis


Os medicamentos são a primeira escolha no tratamento da miastenia gravis, ajudando a controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. As opções terapêuticas variam conforme a gravidade da doença e a resposta individual ao tratamento.


Os inibidores da acetilcolinesterase são amplamente utilizados para
melhorar a comunicação entre os nervos e os músculos. O principal fármaco dessa classe é a piridostigmina, que aumenta a disponibilidade de acetilcolina na junção neuromuscular, reduzindo a fraqueza muscular

Entre os benefícios desse tratamento, destaca-se o alívio imediato dos sintomas em muitos pacientes, além do baixo risco de efeitos colaterais quando a dose é bem ajustada. No entanto, algumas reações adversas podem ocorrer, como náusea, cólicas intestinais e aumento da salivação.


Quando os inibidores da acetilcolinesterase não são suficientes para controlar a doença, pode ser necessário o uso de corticosteroides e imunossupressores, que atuam na
modulação da resposta imunológica

A prednisona é um dos corticosteroides mais utilizados para reduzir a atividade do sistema imunológico e evitar a destruição das conexões neuromusculares. Além disso, imunossupressores como azatioprina, micofenolato de mofetila e ciclosporina podem ser indicados para pacientes que precisam de um controle mais duradouro da doença. O uso dessas medicações pode diminuir a necessidade de tratamentos mais agressivos, estabilizando a progressão da miastenia gravis.


Embora sejam eficazes, esses medicamentos podem causar efeitos colaterais. O uso prolongado de corticosteroides pode aumentar o risco de infecções e alterações metabólicas, exigindo um
acompanhamento médico rigoroso para ajustar as doses e minimizar possíveis complicações.


Timectomia


A
timectomia é a remoção cirúrgica do timo, um órgão do sistema imunológico localizado no tórax.


Indicações da timectomia


A timectomia é indicada para pacientes com
timoma, identificado por exames de imagem, que precisam da remoção cirúrgica do tumor.


E para pacientes sem timoma, mas com
miastenia gravis de início precoce, que podem apresentar melhora ao reduzir a resposta imunológica após a retirada do timo.


Benefícios da cirurgia


  • Possibilidade de melhora dos sintomas e, em alguns casos, até remissão da doença.
  • Redução da necessidade de medicamentos imunossupressores, facilitando o controle da miastenia gravis com menos efeitos adversos.


Técnicas cirúrgicas disponíveis


Timectomia aberta (esternotomia):
Técnica tradicional que exige uma incisão maior no tórax.


Timectomia minimamente invasiva (videotoracoscópica ou robótica):
Opção menos invasiva, que proporciona recuperação mais rápida e menos desconforto no pós-operatório.


Terapias imunológicas para miastenia gravis


Quando a miastenia gravis não responde adequadamente aos tratamentos convencionais ou em casos mais graves, podem ser utilizadas terapias imunológicas para
modular o sistema imunológico de forma mais intensa. Essas abordagens ajudam a reduzir a ação dos anticorpos que atacam a junção neuromuscular, aliviando os sintomas da doença.


Plasmaférese


A plasmaférese é um procedimento no qual os anticorpos que comprometem a transmissão neuromuscular são
filtrados e removidos do sangue. Isso proporciona um alívio temporário dos sintomas.


É indicado para casos de
crises miastênicas graves que colocam a respiração ou a mobilidade do paciente em risco. E piora súbita da fraqueza muscular, que não responde aos tratamentos convencionais.


Desvantagem:
O efeito é temporário, sendo necessário combinar a plasmaférese com outros tratamentos para manter a melhora dos sintomas.


Imunoglobulina intravenosa (IVIG)


A imunoglobulina intravenosa (IVIG) é um tratamento que envolve a
administração de anticorpos saudáveis para modular a resposta do sistema imunológico, reduzindo a ação dos autoanticorpos que interferem na comunicação neuromuscular.


Indicações:


  • Pacientes que não podem ou não devem realizar plasmaférese.
  • Situações de agravamento da doença, como crises miastênicas.


A vantagem da imunoglobulina intravenosa é que
o efeito dura mais tempo em comparação à plasmaférese, sendo uma alternativa eficaz para crises agudas e casos refratários.


Como é o acompanhamento do paciente com miastenia gravis?


O tratamento da miastenia gravis exige acompanhamento contínuo com um neurologista e, em alguns casos, com um
cirurgião torácico, especialmente se houver indicação de timectomia.


Principais cuidados no acompanhamento:


  • Ajuste dos medicamentos para evitar crises de fraqueza muscular e minimizar efeitos adversos.
  • Monitoramento dos imunossupressores, garantindo um equilíbrio entre eficácia e segurança.
  • Fisioterapia motora e respiratória para fortalecer a musculatura e melhorar a capacidade pulmonar.
  • Suporte hospitalar, quando necessário, para controle da respiração e estabilização em crises graves.


O
acompanhamento regular permite que o tratamento seja ajustado conforme a necessidade de cada paciente, garantindo um melhor controle da doença e maior qualidade de vida.


Perguntas relacionadas


O que melhora a miastenia gravis?

O tratamento inclui medicamentos, como inibidores da acetilcolinesterase e imunossupressores, cirurgia (timectomia, quando indicada) e terapias imunológicas, além de acompanhamento regular e hábitos saudáveis.


A miastenia gravis tem cura?

Não há cura definitiva, mas com o tratamento adequado, muitos pacientes conseguem controlar os sintomas e ter uma boa qualidade de vida. Em alguns casos, a timectomia pode levar à remissão da doença.


Quando a cirurgia é indicada para a miastenia gravis?

A timectomia é indicada para pacientes com timoma e, em alguns casos, para aqueles com miastenia gravis generalizada de início precoce, pois pode reduzir a resposta autoimune e melhorar os sintomas.


A miastenia gravis pode ser controlada apenas com medicamentos?

Sim, muitos pacientes controlam a doença apenas com medicamentos. No entanto, casos mais graves podem exigir terapias imunológicas, cirurgia ou suporte fisioterápico para melhora dos sintomas.


Pacientes com miastenia gravis podem levar uma vida normal?

Com o tratamento adequado e acompanhamento médico regular, muitos pacientes conseguem manter uma rotina normal, evitando fatores que possam desencadear crises, como estresse e fadiga excessiva.


A escolha do tratamento para miastenia gravis muda conforme a idade do paciente?

Sim, a idade influencia na escolha do tratamento. Pacientes mais jovens podem se beneficiar da timectomia, enquanto idosos podem precisar de ajustes na medicação para evitar efeitos colaterais.


Quem tem miastenia gravis pode tomar qualquer tipo de medicamento para outras doenças?

Não. Alguns medicamentos, como antibióticos aminoglicosídeos, relaxantes musculares e bloqueadores neuromusculares, podem piorar os sintomas e devem ser evitados ou usados com cautela.


Quanto tempo dura o tratamento para miastenia gravis?

O tratamento é contínuo e pode durar a vida toda. Em alguns casos, a timectomia pode reduzir a necessidade de medicação, mas a maioria dos pacientes precisa de acompanhamento prolongado.


Cirurgião torácico em São Paulo | Prof. Dr. Ricardo Terra


O tratamento da miastenia gravis envolve uma abordagem individualizada, combinando medicamentos, cirurgia e terapias imunológicas conforme a gravidade dos sintomas. O
controle da doença é possível com o acompanhamento adequado, permitindo que muitos pacientes tenham uma boa qualidade de vida.


Se você ou alguém próximo tem miastenia gravis,
é fundamental buscar orientação médica para definir o melhor tratamento.


O
Dr. Ricardo Terra, renomado especialista em cirurgia torácica e membro ativo de importantes sociedades de Cirurgia Torácica e Câncer de Pulmão, oferece uma experiência valiosa e conhecimento aprofundado no manejo de condições pulmonares. Com uma formação robusta, incluindo mestrado na Universidade Harvard e doutorado na FMUSP, além de ser Chefe da Equipe de Cirurgia Torácica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP).


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