Tumores Neuroendócrinos (Carcinoide)

O que são?

São tumores originados de células especializadas em produzir hormônios, localizadas na mucosa dos brônquios. Dentro da classificação médica, os carcinóides pulmonares podem ser divididos em tumores típicos (de crescimento lento e comportamento menos agressivo) e atípicos (mais raros e com maior potencial de agressividade).

Quais são os Sintomas?

Em muitos casos, os tumores carcinóides são descobertos de forma incidental, durante exames de imagem solicitados por outros motivos. Quando apresentam sintomas, os mais comuns são:

  • Tosse persistente;
  • Sangue nas secreções respiratórias (hemoptise);
  • Chiado no peito;
  • Falta de ar;
  • Infecções pulmonares de repetição.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico normalmente começa com exames de imagem, como a tomografia computadorizada. A broncoscopia pode ser utilizada para visualizar diretamente o tumor e realizar biópsias. Em alguns casos, exames funcionais ou cintilografias também são indicados para avaliar a atividade hormonal do tumor.

Qual o tratamento?

O tratamento de escolha para os tumores carcinoides pulmonares localizados é a cirurgia torácica, que pode ser curativa, especialmente nos casos típicos e diagnosticados precocemente. O objetivo é remover completamente o tumor, preservando ao máximo o tecido pulmonar saudável e garantindo margens livres de doença.


O tipo de cirurgia depende de fatores como tamanho, localização, tipo histológico e presença de comprometimento linfonodal:


  1. Ressecções anatômicas (lobectomia, bilobectomia ou pneumonectomia) são a opção preferencial para garantir remoção completa do tumor, especialmente em lesões maiores ou atípicas.
  2. Segmentectomia ou ressecção em cunha podem ser indicadas para tumores típicos pequenos e periféricos, preservando mais função pulmonar.
  3. Cirurgias broncoplásticas (sleeve) permitem retirar o tumor em regiões centrais, preservando parte do pulmão e evitando pneumonectomias, sem comprometer o controle oncológico.


Em todos os casos, é recomendada linfadenectomia sistemática (remoção de linfonodos) para estadiamento e redução do risco de recidiva.


A cirurgia pode ser realizada por toracotomia (aberta) ou por técnicas minimamente invasivas, como a videotoracoscopia (VATS) ou a cirurgia robótica. As abordagens minimamente invasivas oferecem vantagens como menos dor pós-operatória, recuperação mais rápida, menor tempo de internação e resultados oncológicos equivalentes quando realizadas por equipes experientes.



Tratamentos complementares, como quimioterapia, radioterapia ou terapias-alvo, são raramente necessários em carcinoides típicos, mas podem ser indicados em casos atípicos, tumores avançados, comprometimento linfonodal ou recidiva. Em tumores que secretam hormônios, medicamentos específicos para controle dos sintomas (como análogos da somatostatina) podem ser utilizados.

Qual o prognóstico?

Os carcinóides típicos geralmente têm excelente prognóstico, com altas taxas de cura. Já os carcinoides atípicos, por serem mais agressivos, exigem um acompanhamento mais rigoroso e, eventualmente, tratamento complementar. Por isso, o diagnóstico precoce e a definição de um plano terapêutico individualizado são fundamentais.

Principais Dúvidas

  • Tumor carcinoide é sempre câncer?

    Sim, o tumor carcinoide é uma forma de câncer, mas costuma apresentar um crescimento mais lento e comportamento menos agressivo, especialmente nos casos típicos. Por isso, quando diagnosticado precocemente, tem altas chances de cura com tratamento adequado.

  • Qual a diferença entre carcinóide típico e atípico?

    O carcinóide típico cresce mais devagar e raramente se espalha para outras regiões, enquanto o atípico é mais agressivo, tem maior chance de se disseminar e exige um acompanhamento mais rigoroso.

  • Preciso fazer quimioterapia após a cirurgia?

    Na maioria dos casos de carcinoide típico, a cirurgia é suficiente. Já em tumores atípicos ou mais avançados, a necessidade de tratamentos complementares, como quimioterapia ou radioterapia, será avaliada individualmente.

  • O tumor pode voltar depois da cirurgia?

    As chances de recorrência são baixas em tumores típicos operados com margens adequadas. Em casos atípicos, pode haver risco maior de retorno, por isso o acompanhamento médico periódico é fundamental.

  • O tumor carcinoide pode causar sintomas hormonais?

    Embora raro, alguns tumores carcinóides podem produzir hormônios que causam sintomas sistêmicos, como rubor facial, diarreia ou palpitações. Nesses casos, exames complementares são necessários para avaliação hormonal.

  • Como é feito o acompanhamento após o tratamento?

    Após a cirurgia, o paciente passa por consultas regulares e exames de imagem para monitorar a recuperação e verificar se há sinais de recidiva. O tempo e a frequência desse acompanhamento variam conforme o tipo e estágio do tumor.

Sobre o Médico

Prof. Dr. Ricardo Terra

O Dr. Ricardo Terra é formado em medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Fez residência em Cirurgia Geral e em Cirurgia Torácica no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP). Completou mestrado pela Harvard University e doutorado e livre-docência pela Faculdade de Medicina da USP.


O atendimento humanizado, o respeito à individualidade de cada paciente e a empatia estão entre os pilares de atuação do Dr. Ricardo dentro da medicina oncológica.

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