Imunoterapia no câncer de pulmão aliada a cirurgia robótica
Nos últimos anos, o tratamento do câncer de pulmão passou por uma verdadeira revolução com o avanço das terapias imunológicas e das técnicas cirúrgicas minimamente invasivas. A imunoterapia no câncer de pulmão, combinada à cirurgia robótica, tem proporcionado resultados promissores, tanto no controle da doença quanto na recuperação dos pacientes.
Neste artigo, você entenderá como essas duas abordagens se complementam, seus benefícios e por que representam o futuro da oncologia torácica.
Continue a leitura
e entenda mais sobre essa relação.
O que é a imunoterapia no câncer de pulmão?
A imunoterapia é uma forma de tratamento que
estimula o próprio sistema imunológico a identificar e combater as células cancerígenas. Diferentemente da quimioterapia, que destrói diretamente as células tumorais, a imunoterapia atua fortalecendo as defesas naturais do corpo, tornando-as mais eficazes contra o câncer.
Principais mecanismos da imunoterapia
Inibidores de checkpoint imunológico: bloqueiam proteínas, como PD-1, PD-L1 e CTLA-4, que impedem o sistema imune de atacar o tumor.
Terapias com anticorpos monoclonais: agem sobre alvos específicos na superfície das células malignas.
Vacinas terapêuticas e células T modificadas: ainda em estudo, buscam treinar o sistema imunológico para reconhecer mutações exclusivas do tumor.
Segundo o
National Cancer Institute (NCI), a imunoterapia tem mostrado resultados consistentes em vários tipos de câncer de pulmão, especialmente no carcinoma de não pequenas células (CPNPC), responsável por cerca de 85% dos casos.
Quando a imunoterapia é indicada
A imunoterapia no câncer de pulmão pode ser empregada em
diferentes fases
do tratamento, dependendo do estágio da doença e do perfil molecular do tumor:
Antes da cirurgia (neoadjuvante)
Reduz o tamanho do tumor e aumenta as chances de uma remoção completa.
Após a cirurgia (adjuvante)
Destrói possíveis células residuais e diminui o risco de recidiva.
Em estágios avançados ou metastáticos
Pode ser usada isoladamente ou em combinação com a quimioterapia, prolongando a sobrevida.
Estudos publicados no Journal of Clinical Oncology demonstram que o uso da imunoterapia antes da cirurgia pode
dobrar a taxa de resposta patológica completa, ou seja, eliminar completamente as células tumorais detectáveis no tecido removido.
O papel da cirurgia robótica no câncer de pulmão
A
cirurgia robótica é um avanço das técnicas minimamente invasivas. Através de
pequenas incisões no tórax, o cirurgião controla braços robóticos que oferecem visão tridimensional e movimentos de alta precisão, o que permite uma abordagem mais segura e delicada.
Benefícios da cirurgia robótica
Os benefícios da cirurgia robótica são:
- Menor trauma cirúrgico e sangramento reduzido
- Recuperação mais rápida e com menos dor
- Redução no tempo de internação hospitalar
- Menor risco de complicações respiratórias
- Preservação otimizada da função pulmonar
Esse tipo de procedimento é amplamente usado em
lobectomias,
segmentectomias e
timectomias, alcançando resultados equivalentes, e muitas vezes superiores, à cirurgia tradicional.
Leia também sobre:
Cirurgia Robótica Torácica no tratamento de Câncer de Pulmão
A integração entre imunoterapia e cirurgia robótica
A combinação entre imunoterapia e cirurgia robótica representa uma das abordagens mais inovadoras no tratamento do câncer de pulmão. Essa integração permite resultados mais eficazes com menor impacto físico e melhor recuperação.
Como essa associação funciona
Antes da cirurgia (tratamento neoadjuvante)
A imunoterapia ajuda a
reduzir
o tamanho do tumor e a controlar possíveis micrometástases, tornando a cirurgia mais precisa.
Durante a cirurgia (robótica)
A técnica robótica possibilita a
remoção completa
do tumor preservando o tecido pulmonar saudável.
Após a cirurgia (tratamento adjuvante)
A imunoterapia continua a agir,
reduzindo o risco
de recidiva e mantendo o controle da doença a longo prazo.
Essa combinação melhora a sobrevida global e a sobrevida livre de progressão, principalmente em pacientes com mutações genéticas específicas ou expressão elevada de PD-L1.
Benefícios comprovados dessa combinação
Estudos recentes apontam vantagens significativas
na associação entre imunoterapia no câncer de pulmão e cirurgia robótica:
- Maior taxa de remoção completa do tumor (R0).
- Melhora da resposta imunológica sistêmica.
- Menor incidência de complicações pós-operatórias.
- Recuperação funcional mais rápida e melhor qualidade de vida.
Pacientes tratados com essa abordagem apresentaram recuperação pulmonar mais eficiente e menor tempo de internação do que os submetidos à cirurgia aberta.
Casos em que a imunoterapia e a cirurgia robótica são indicadas
A combinação dessas técnicas é especialmente recomendada para:
- Pacientes com câncer de pulmão de não pequenas células em estágio inicial ou localmente avançado.
- Indivíduos com boa função pulmonar e sem contraindicações cirúrgicas.
- Tumores com alta expressão de PD-L1 ou mutações tratáveis por imunoterapia.
Situações em que se busca preservar a função respiratória com o mínimo de agressão cirúrgica.
Perguntas relacionadas
O que é a imunoterapia no câncer de pulmão?
A imunoterapia é um tratamento que estimula o sistema imunológico a reconhecer e destruir as células cancerígenas. Ela atua bloqueando mecanismos que o tumor utiliza para se esconder das defesas do corpo, como as proteínas PD-1 e PD-L1.
Quando a imunoterapia é indicada para o câncer de pulmão?
Ela pode ser indicada em diferentes estágios da doença, antes da cirurgia (neoadjuvante), após a cirurgia (adjuvante) ou em casos avançados, quando o câncer se espalhou e precisa de controle sistêmico.
Como a cirurgia robótica auxilia no tratamento do câncer de pulmão?
A cirurgia robótica permite maior precisão e menor trauma cirúrgico. Com pequenas incisões e visão tridimensional ampliada, o cirurgião consegue remover o tumor preservando o máximo possível do tecido pulmonar saudável.
Por que combinar imunoterapia e cirurgia robótica?
Essa combinação potencializa os resultados: a imunoterapia reduz o tumor e melhora a resposta do sistema imunológico, enquanto a cirurgia robótica remove o tecido comprometido com segurança e rápida recuperação.
A imunoterapia é usada antes ou depois da cirurgia?
Depende do caso. Quando usada antes (neoadjuvante), pode diminuir o tumor e facilitar a cirurgia; quando usada depois (adjuvante), ajuda a eliminar células residuais e reduzir o risco de recidiva.
Quais são os benefícios comprovados dessa combinação?
Os estudos mostram maior taxa de remoção completa do tumor, menor risco de complicações, melhor função respiratória e sobrevida prolongada em pacientes tratados com imunoterapia associada à cirurgia robótica.
Todos os pacientes com câncer de pulmão podem fazer imunoterapia?
Não. O tratamento depende da presença de biomarcadores específicos, como a alta expressão de PD-L1. O oncologista solicita exames genéticos e moleculares para definir a elegibilidade.
A combinação de imunoterapia e cirurgia robótica está disponível no Brasil?
Sim, centros de referência em cirurgia torácica e oncologia já oferecem essa abordagem, especialmente hospitais equipados com tecnologia robótica e equipes especializadas em terapias imunológicas.
Como a imunoterapia altera a resposta do organismo antes da cirurgia robótica?
A imunoterapia pode modificar o microambiente tumoral, tornando as células cancerígenas mais vulneráveis ao sistema imunológico. Isso facilita a remoção completa do tumor durante a cirurgia robótica e reduz o risco de recidiva local.
A imunoterapia pode ser usada após a cirurgia robótica mesmo sem sinais de câncer?
Sim. Em alguns casos, a imunoterapia adjuvante é indicada para eliminar micrometástases invisíveis nos exames, diminuindo a probabilidade de recorrência da doença a longo prazo.
Como a cirurgia robótica impacta a eficácia da imunoterapia?
A cirurgia robótica, por ser minimamente invasiva, causa menor inflamação e preserva a resposta imunológica do paciente, permitindo que o corpo mantenha uma melhor resposta ao tratamento imunoterápico.
É possível medir a resposta à imunoterapia antes da cirurgia robótica?
Sim. Exames de imagem, como PET-CT e tomografia, ajudam a avaliar a redução do tumor, enquanto biópsias de controle podem identificar alterações celulares que indicam resposta imunológica ativa.
A combinação de imunoterapia e cirurgia robótica aumenta a chance de cura?
Em tumores de estágio inicial ou localmente avançado, a combinação tem mostrado resultados promissores, com maiores taxas de resposta patológica completa e melhor controle da doença a longo prazo.
Como é definido o momento certo para realizar a cirurgia após a imunoterapia?
O intervalo é determinado pela equipe médica com base na resposta tumoral e na recuperação do paciente. Geralmente, a cirurgia é programada entre 4 e 8 semanas após o fim do ciclo imunoterápico.
Cirurgião torácico em São Paulo | Prof. Dr. Ricardo Terra
A imunoterapia no câncer de pulmão, aliada à cirurgia robótica, representa uma nova era no tratamento da doença,
mais personalizada, menos invasiva e com melhores resultados clínicos. Essa combinação tem permitido não apenas o controle eficaz do tumor, mas também uma recuperação mais rápida e uma melhor qualidade de vida para os pacientes.
O futuro da oncologia caminha para terapias cada vez mais integradas e individualizadas.
O
Dr. Ricardo Terra, renomado especialista em cirurgia torácica e
membro ativo de importantes sociedades de Cirurgia Torácica e Câncer de Pulmão, oferece uma experiência valiosa e conhecimento aprofundado no manejo de condições pulmonares. Com uma formação robusta, incluindo mestrado na Universidade Harvard e doutorado na FMUSP, além de ser Chefe da Equipe de Cirurgia Torácica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP).
Se você tem interesse em saber mais sobre sua condição, entre em contato com nossa equipe e
marque já sua consulta clicando aqui!
Continue acompanhando o
nosso blog para obter informações valiosas sobre cuidados, dicas de prevenção e novidades no tratamento de condições relacionadas.










